Servidores e alunos do Câmpus São Paulo, em parceria com pesquisadores externos, desenvolveram equipamento de baixo custo para descontaminação de máscaras.
O equipamento nomeado como “Ultracif” foi criado em duas versões, uma com maior potência, que permite a desinfecção da máscara em três minutos, e outro que necessita de cinco minutos para total esterilização das máscaras.
De acordo com Alexandre Brincalepe, professor do Departamento de Elétrica e coordenador do Laboratório de Controle Aplicado (LCA) do câmpus onde o equipamento foi desenvolvido, o Ultracif usa um tipo de radiação ultravioleta do tipo C nociva para tecidos vivos. “O espectro do ultravioleta é dividido em quatro faixas, sendo que a faixa UVC é aquela compreendida entre 200 nm e 280 nm. Esta faixa tem a característica de ser absorvida com facilidade por ácidos nucleicos de organismos vivos, sendo, portanto, uma faixa letal para estes.”, conta. Para não trazer riscos aos seres humanos, segundo o professor, foi necessário confinar as lâmpadas, colocando-as dentro de uma região fechada, em que é possível pendurar a máscara em uma alça e deixá-la o tempo suficiente para descontaminá-la.
A ideia dos participantes era desenvolver um equipamento de baixo custo e divulgar o projeto gratuitamente para que outras pessoas pudessem desenvolvê-lo. Brincalepe explica que após pesquisas e conversas com um profissional da área de física, foi possível concluir que não eram necessários equipamentos de alto custo. “Se construíssemos uma estrutura em MDF, seria possível confinar as lâmpadas. Baseando-se nesta ideia, projetamos um equipamento que tem um carrossel, em que você coloca a máscara, ela passa pela região das lâmpadas e é descontaminada. Fizemos todos os cálculos para verificar se a radiação que iria incidir sobre a máscara iria ser suficiente para eliminar um vírus como o coronavírus”, conta. O professor destaca que o custo total para montagem fica entre R$ 700 a R$ 1000. “Um equipamento desses comprado, de um fabricante (existem algumas opções), custa milhares de reais, chega a ser de sete a oito vezes mais caro que o nosso. E são basicamente iguais”, finaliza.
Foram desenvolvidas dez unidades do Ultracif, sendo que um deles ficará disponível para uso no Câmpus São Paulo e os demais serão distribuídos entre outras instituições. O projeto foi premiado em um edital do Instituto EDP e foi realizado a partir da parceria entre a empresa Bright Photomedicine e o Câmpus São Paulo do IFSP.
Fazem parte do projeto o professor do Câmpus São Paulo, Alexandre Brincalepe, o engenheiro eletrônico graduado pelo câmpus, Cadu Palmieri, o aluno de Engenharia de Controle e Automação do Câmpus São Paulo, Rafael Feitoza, a graduanda em Engenharia Naval da Universidade de São Paulo e o físico e proprietário da empresa Bright Photomedicine, Marcelo Sousa.
Para conhecer o projeto na íntegra, acesse https://ultracif.com.br
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