Docente do IFSP participa de cerimônia de outorga de professor emérito da USP
Giselly Barros, docente do Câmpus São Paulo, líder do GEPRETAS (Grupo de Estudos e Pesquisas das Relações Étnico-Raciais no Território, Arquitetura e Sociedade) e integrante do Neabi (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas), ambos os grupos do IFSP, participou da cerimônia de outorga do título do primeiro professor preto emérito da Universidade de São Paulo (USP), Kabengele Munanga, no último dia 2 de junho, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).
O evento, segundo Giselly, foi um marco para a história brasileira, da educação, da USP e do movimento negro. O congolês de nascimento e brasileiro por opção, conhecido popularmente como professor Kabê, é um grande nome da intelectualidade, docente premiado por pesquisas sobre as relações raciais, cultura, história e identidade africana e afro-brasileira, participa da luta junto ao movimento negro e batalha pela inclusão nas instituições de ensino. Munanga contribuiu para as conquistas de ações afirmativas, Lei n.º 12.711/12 e Lei n.º 10.639/03, que estabelecem a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira dentro das disciplinas que já fazem parte das grades curriculares do ensino. “Sua trajetória é exemplar e merece ser lembrada, divulgada e seguida por todos, principalmente pelas pessoas que fazem parte das instituições de ensino, para além das pessoas ligadas ao movimento negro”, destaca a docente.
A professora do IFSP se disse emocionada com o que viveu e sentiu durante a cerimônia: “foi uma honra ter sido convidada pelo diretor da FFLCH para participar deste dia memorável e simbólico para o movimento negro e para as universidades brasileiras. Kabengele Munanga é um monumento vivo, nosso mestre, um exemplo a ser seguido. Como professora negra posso afirmar que ter participado da cerimônia de outorga do primeiro professor emérito preto da USP foi muito especial, um momento incrível”, descreveu.
A cerimônia na Universidade de São Paulo teve a mesa composta pela vice-reitora da USP, Maria Arminda do Nascimento Arruda, representantes da direção da FFLCH, e dos professores Guilherme Moura Fagundes e Lilia Schwarcz. A plateia contou com convidados como a ex-ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos (2015-2016), Nilma Nilo Gomes, o reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, José Vicente, integrantes do Movimento Negro Unificado — MNU, e pesquisadores e professores negros.
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