No período de 05 a 09 de fevereiro de 2024, o Campus São Paulo preparou diversas atividades de integração para acolhimento aos novos alunos dos cursos técnicos.

Os alunos dos cursos técnicos integrados em Mecânica (matutino e vespertino) e Desenvolvimento de Sistema (matutino) participaram de uma conversa com o coordenador do curso técnico integrado em Mecânica e membro do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas do campus  (Neabi), Prof. Wesley Rodrigues do Nascimento, e com o Prof. Erik Ceschini Panighel Benedicto, que atua no Núcleo de Estudos sobre Gênero e Sexualidade do IFSP (Nugs).

Foram abordados temas importantes como o racismo recreativo e a importância de respeitar a diversidade de gênero. 

Durante a apresentação, Prof. Wesley explicou o termo racismo recreativo, conceito definido pelo autor Adilson Moreira como “um projeto de dominação que procura promover a reprodução de relações assimétricas de poder entre grupos raciais por meio de uma política cultural baseada na utilização do humor como expressão e encobrimento de hostilidade racial” (p. 95, 2019). E exemplificou que o racismo recreativo é crime e se enquadra na Lei nº 14.532/2023. 

Os professores citaram alguns exemplos mostrando vídeos e os alunos participaram ativamente, seja por meio de dúvidas ou contando casos que já presenciaram ou viveram. 

O aluno do curso técnico integrado em mecânica (vespertino) João Pedro Garcia Franco, contou que achou muito interessante a discussão na semana de integração, principalmente porque na escola em que estudava não havia esse tipo de debate: “não era comentado nada sobre racismo, mesmo a gente sabendo que existiam professores que eram racistas e fingiam que não existia”, conta. Para o estudante, a parte mais interessante da atividade foi quando foram exibidos vídeos com ações que podem ser consideradas humor para algumas pessoas, mas que são, na verdade, racismo (o conceito de racismo recreativo explicitado pelo professor Wesley), como um presente dado para uma criança negra com um macaco e uma banana: “no início pode até parecer uma ação inocente, mas quando ele explicou a base disso tudo, ficou claro para a gente”, finalizou.