Calendário afirmativo

“Foi extremamente importante a realização deste evento. Acredito que é o início de uma resposta do IFSP em demonstrar tolerância zero a atos criminosos de racismo. Além disso, é importante manter esse tipo de evento no calendário porque a temática não se esgota e precisa ser criada uma tradição de combate ao racismo no Câmpus São Paulo”.
Luiz Fernando Zucatelle, aluno do 3º semestre de Gestão de Turismo (matutino)

No início do evento houve a apresentação dos integrantes do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi), que falaram da importância da inclusão da ação no calendário oficial da escola. O diretor do câmpus, Alberto Akio Shiga, também destacou a importância das ações que ocorrerão ao longo do ano.

Organizadas pelo Departamento de Construção Civil (DCC), as atividades contaram com a participação de diversos palestrantes. 

Na primeira mesa de debate, cerca de 120 alunos ouviram e interagiram com a apresentadora nos canais GNT e Globoplay, Ana Paula Xongani, e com a psicóloga especializada em saúde mental e terapia comportamental cognitiva, Carolina Michaella Torelli, que contaram sobre suas trajetórias acadêmicas e profissionais, permeadas por situações de racismo. 

Já na segunda ação, os estudantes acompanharam o tema “combate ao racismo e a reverência às religiões de matriz africana no Brasil”, que teve como palestrantes o doutor Honoris Causa pela Ordem dos Capelães, Flávio Motta e o pesquisador e roteirista para documentário do Teatro Experimental do Negro, Christian Moura.

Os presentes também puderam assistir a uma roda de capoeira com 30 integrantes,  sob o comando do mestre Ednilson. Para finalizar, houve um debate sobre o tema “Religiões de matriz africana e o racismo religioso: caminhos para mudanças”, com a presença do escritor do livro OMI ERÓ – A mistura mística das folhas dos Orixás, Jhonatan d’Oṣogiyan, da psicóloga especializada em saúde mental e terapia comportamental cognitiva, Maria Cristina e do Pai Karlito, liderança das religiões de matriz africana.

De acordo com a professora do DCC e uma das organizadoras do evento, Giselly Barros, que também participa do Neabi, “a proposta da comissão organizadora era possibilitar essa diversidade, não só de pessoas acadêmicas, mas de pessoas negras protagonizando as mesas de discussão com temas de racismo seja no meio profissional, acadêmico ou religioso, a fim de construir estratégias para combater o racismo”. Giselly contou ainda que após as atividades, diversos alunos vieram agradecer pela oportunidade de participar, e afirmaram que se sentiram muito representados pelos temas. 

As discussões ocorreram no auditório Aldo Ivo de Vincenzo e foram acompanhadas por mais de 300 pessoas ao longo do dia. 

O diretor do DCC,  Luciano Luis Ribeiro da Silva, destaca: “foi uma honra enorme ter a oportunidade de organizar o primeiro evento do Calendário Afirmativo proposto pelo Neabi. O pessoal da comissão organizadora do DCC abraçou o evento e se dedicou muito, pensando em cada detalhe – desde a escolha dos convidados até o momento da finalização do evento. O resultado foi um evento lindo e necessário para a comunidade do Câmpus São Paulo”, finaliza.

Calendário afirmativo

A ideia é que, no primeiro semestre de 2023, cada um ou dois departamentos acadêmicos fiquem responsáveis pela programação de uma data. A próxima ação ocorrerá em 19 de abril, organizada pelos Departamento de Ciências e Matemática (DCM) e de Humanidades (DHU), e terá como tema “Povos originários e afro-indígenas”.

O calendário visa atender à Lei nº 10.639/03, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e indica a inclusão no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira" atrelada às revisões dos projetos pedagógicos dos cursos realizadas em 2022. 

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