Alunos do Campus São Paulo participam de projeto de automação da fábrica de biscoitos Bela Vista
Mais uma parceria entre o IFSP e a fábrica promoverá pesquisa aplicada e aproximação com o arranjo produtivo local. O projeto conjunto visa ao desenvolvimento de um sistema para monitorar a produção das massas dos biscoitos produzidos pela empresa.
Esta é a terceira parceria entre o Instituto e a empresa, fundada em 1915 e atualmente localizada em frente ao Campus São Paulo. A nova parceria foi celebrada em um encontro realizado no início de junho, na sede da empresa.
A equipe do projeto é formada pelos professores pesquisadores do IFSP Alexandre Brincalepe (Campus São Paulo) e Rafael Pereira Bachega (Campus Hortolândia), pelos estudantes de graduação das áreas de Tecnologia e Engenharia de Controle e Automação, Dener Ariel Mamani Gomez, Matheus Amorim Pereira e Douglas Cavalcante de Souza, e da área de Tecnologia da Informação, Débora Evilaine Sousa e Rafael Pires Gonçalves.
Também estão envolvidos no projeto funcionários de diversas áreas da Biscoitos Bela Vista, como Victor de Lagos Pandolfi Garcia, ex-aluno de Engenharia Eletrônica do Campus São Paulo (formado em 2022) e que atualmente é Engenheiro de Controle e Automação da empresa. Victor participou desde o início dos projetos que envolveram as parcerias do campus com a empresa. Foi estagiário de Engenharia Eletrônica por dois anos, sendo efetivado posteriormente como Técnico em Automação da Manufatura e promovido a Analista em Automação Industrial e, recentemente, a Engenheiro de Controle e Automação.
Victor explica que para a nova ação firmada em 2024, está previsto o desenvolvimento de um projeto de integração entre parte da planta da fábrica e sua automação com o sistema informatizado da empresa, que é composto pelo servidor, banco de dados e o desenvolvimento de painéis dashboard para o monitoramento do status da produção, de estoques e consumo de alguns ingredientes.
O ex-aluno do campus exemplifica, ainda, uma das ações que serão desenvolvidas e da importância para a empresa. “Na fábrica, por exemplo, a gordura líquida é armazenada em dois tanques, que não têm uma instrumentação aplicada a eles, ou seja, atualmente não existem sensores que enviam sinais para um controlador ou para um computador industrial. Só é possível ver o nível de gordura líquida no tanque por meio de um aparato com boia que, conforme o nível de gordura no tanque, ele se desloca e existe uma escala graduada pintada no tanque. Dessa forma, o operador tem que manualmente visualizar e anotar a quantidade de gordura que existe nos tanques. Então, o projeto contempla o desenvolvimento de instrumentação para esses tanques e também o envio desses sinais da instrumentação para controladores que depois vão interagir com bancos de dados do servidor da empresa. Assim, o projeto vai fazer com que isso seja automático, essa medição no nível de gordura desses tanques, o que também vai ocorrer com o tanque de açúcar invertido”, conta.
Victor destaca ainda que também faz parte do projeto o retrofit (termo utilizado para o método que proporciona a modernização de determinados equipamentos e dispositivos) de um painel, que é responsável pelo controle da dosagem e envio da gordura e água para algumas maceiras (máquinas que processam os ingredientes para gerar a massa que será enviada para as linhas).
Sobre a parte de tecnologia de informação do projeto, o ex-aluno do campus informa que será desenvolvido um banco de dados para interagir com os controladores lógicos e programáveis, que serão aplicados nos projetos de automação. “Além disso, serão desenvolvidos painéis dashboard para monitoramento desses diversos dados que serão levantados a partir da automação aplicada, sendo essas informações enviadas para públicos-alvos como diretoria, manutenção, produção, a partir das informações disponíveis geradas pela automação da planta”, finaliza.
Para o professor Brincalepe, o projeto tem potencial para transformar e aprimorar a eficiência operacional da empresa, bem como proporcionar uma valiosa experiência prática para os alunos envolvidos. “Esse esforço colaborativo entre o IFSP e a Biscoitos Bela Vista reforça nosso compromisso com a inovação e a excelência na educação e na indústria”, reflete. O projeto, aliás, está sendo acompanhado de perto pela Agência de Inovação do IFSP (Inova) e reflete o compromisso da instituição tanto com a pesquisa aplicada quanto com o estreitamento de laços com o arranjo produtivo local.
O projeto, que tem previsão de duração de 13 meses, será financiado pela Bela Vista, que irá enviar como contrapartida financeira o valor de R$ 110 mil reais, por meio da Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico Tecnológico - FAI-UFSCar, valor para custear bolsas para os alunos participantes.
A previsão é que as ações sejam desenvolvidas na empresa e no Campus São Paulo. Considerando a parte de ensino e pesquisa, a execução acontecerá no Laboratório de Controle Aplicado (LCA), equipado com computadores, dispositivos medidores eletrônicos, software de simulação, sistemas de aquisição de dados e um controlador lógico programável. Da parte da empresa, a execução ocorrerá em um laboratório de automação criado no ambiente industrial, local criado após a execução do primeiro projeto de parceria entre a empresa e o IFSP, sendo o ex-aluno Victor o responsável pela empresa.
Segundo Débora Sousa, estudante de TI envolvida no projeto, um dos pontos positivos é a oportunidade de trabalhar com uma equipe de verdade e aprender realmente como é o funcionamento de um departamento de tecnologia na prática. “Esse projeto vai dar a oportunidade de formar laços com a Bela Vista, o que acho um networking muito importante. Além disso, é oportunidade de trabalhar com o ERP da Sankhya, que traz um grande diferencial por ser um ERP muito famoso no Brasil”.
Com informações de IFSP.
Redes Sociais