Aluno do câmpus conquista efetivação no mercado de trabalho após leucemia e perda de visão
Hoje, o Câmpus São Paulo conta, de forma orgulhosa, a história do ex-aluno do curso de Engenharia de Produção, Carlos Eduardo Eiji Hayama que mesmo com problemas de saúde durante os estudos, conseguiu supera-los e foi efetivado numa empresa multinacional.
Carlos Eduardo entrou no Instituto Federal de São Paulo no segundo semestre de 2011, no curso de Engenharia de Produção. Segundo ele, que divide sua vida acadêmica em três fases, o começo foi tranquilo, mesmo que a adaptação inicial ao curso, com novos amigos, disciplinas de dificuldades diferentes, tenha sido um tanto quanto complicada, para um jovem de 17 anos.
No entanto, a reviravolta dessa até então tranquilidade, se deu no primeiro bimestre de 2014, quando veio o diagnóstico de leucemia. Para Carlos Eduardo, essa segunda etapa da vida acadêmica, que passou grande parte do tempo internado, foi necessária uma sanidade mental e manter-se ocupado com atividades do curso, o fez sentir-se útil e fora do hospital.
E, em 2016, outra adversidade. O estudante contraiu o vírus citomegalovírus (CMV), que ocasionou a perda gradual da visão que, em 2018, chegou a 5% da sua integridade. Desta forma, nesta terceira etapa da vida acadêmica, o retorno às atividades presenciais, se tornou mais complicado, pois haveria a necessidade de uma adaptação à sua nova condição.
Carlos Eduardo relata o apoio de seus pais, dos professores e colegas do IFSP nesse momento tão único e difícil. “O mais importante em todas as fases foram os meus pais, professores, amigos da faculdade e as gestões da coordenação da Mecânica”, diz, “(todos) sempre estiveram dispostos a pensar em alguma forma de me incluir e nunca deixaram eu desanimar e desistir da faculdade”, relata o aluno.
Assim, em 2019, ele ingressou num programa de estágio na IBM Brasil, no qual, após dois anos de atividades, foi efetivado na empresa.
Incentivos acadêmicos e profissionais. De modo geral, ele avalia de maneira muito positiva a contribuição que a instituição também forneceu para conseguir o estágio e ser efetivado na empresa. “A faculdade e todo corpo docente mostrou-me que sou capaz de ser produtivo e útil”, disse.
Carlos Eduardo agradece, em especial, o professor Francisco Yastami Nakamoto, do Departamento de Mecânica do câmpus (DME), que o incentivou a fazer inscrição no processo seletivo da IBM e fez a indicação para o setor de recursos humanos da IBM Brasil com muitos elogios. E durante o estágio, relembra das palavras de incentivo e das ajudas com os relatórios dada pelos professores do DME, Isac Kiyoshi Fujita, Roberto Vergueiro da Silva e Sergio Yoshinobu Araki.
“Para a efetivação na IBM, o IF ensinou-me a estudar, na primeira fase, nunca desistir na segunda fase, e que sou capaz, na terceira fase”, relata Carlos Eduardo.
Uma mensagem, um exemplo. Pedimos que o estudante deixasse uma mensagem para os alunos que também enfrentam adversidades de acessibilidade durante a vida acadêmica.
“Primeiro que pedir ajuda não é fraqueza, todos precisam de ajuda. Segundo que ao passar por problemas muito complexos e impeditivos tente olhar menos para o futuro e concentrem -se mais no hoje, um dia de cada vez. E por fim, podem chorar, ficar com raiva do mundo e de todos, mas após extravasar pare e peça ajuda aos seus amigos e professores, tenho certeza que muitas mãos irão aparecer. E a vida sempre será difícil, eu escolhi ver as dificuldades com bom humor e encarando de frente, tentei resolver chorando, com raiva e sozinho, mas não consegui, pelo contrário só obtive frustração e mais raiva.”
Segundo o setor de recursos humanos da IBM Brasil, a jornada de Carlos Eduardo dentro da empresa foi de muito aprendizado, sempre tendo boas avaliações. E que ele se dispõe a ajudar outras pessoas na empresa com dificuldade visual.
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